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  • Data e Local

        Realiza-se no primeiro fim-de-semana de Setembro depois do dia 8, na vila da Moita

  • Duração

        10 dias

  • Homenagem/Culto

        Culto Mariano

        Festa Brava

  • Celebrações / Componentes da Festa

        Largada e corridas de touros

        Missa solene

        Procissão

        Missas diárias

        Bifanas, entremeadas ou couratos no pão, tornam-se um ritual gastronómico

        Tarde do Fogareiro

        Concertos, espectáculos e bailes

        Espectáculo de fogo-de-artifício

        Feira Taurina

        Festival de Folclore, provas desportivas, torneios

  • Sobre a Festa

        Esta festa que decorre na Moita, de culto mariano, inicia-se na Sexta-feira anterior ao Domingo mais próximo do dia 8 de Setembro, dia da Santa. Durante dez dias, a vila da Moita vive e respira ao ritmo das suas festas anuais. Chamam-lhe a “rainha das festas do Sul”, reflexo do seu longo historial e tradições.

        Os perigos e a duração das viagens nas embarcações causavam receios nos passageiros e nas tripulações dos barcos, que pediam protecção à Senhora da Boa Viagem, estando este nome relacionado com a boa viagem que ambicionavam. Os Frades Arrábidos, para contentarem os marítimos devotos da Senhora da Boa Viagem mandaram executar uma imagem em madeira, com o Menino Jesus no braço esquerdo e uma nau na mão direita, simbolizando assim a ajuda divina que a Nossa Senhora da Boa Viagem concedia às embarcações.

        Nos dias de hoje, as festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, apesar de terem origem religiosa e sendo essencialmente festividades de devoção, também são uma grande manifestação de lazer e de carácter profano, tendo na Festa Brava uma componente essencial, contando com largadas diárias, diurnas e nocturnas, e com corridas de touros durante a feira taurina. Ao longo destes anos, a Moita tem consolidado uma posição de destaque no panorama tauromáquico, sendo uma importante feira taurina de Portugal, aquando das Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.

        A festa inicia-se sempre na Sexta-feira anterior do Domingo mais próximo do dia 8 de Setembro, e é neste dia que a abertura é feita pela fanfarra dos Bombeiros ao início da noite. Realiza-se então a primeira largada de touros. O dia de Domingo fica marcado pelas manifestações religiosas, sendo que ao meio-dia realiza-se a Missa Solene em honra da padroeira, concelebrada por três sacerdotes, onde se pede à Virgem “Boa Viagem para a nossa vida…”. Após a Missa Solene, iniciam-se os preparativos para a procissão que se realiza a meio da tarde. O largo da igreja e o percurso da procissão enchem-se de devotos que levam nas mãos o terço, missais ou dinheiro para pagamento das suas promessas.

        São voluntários que tratam da decoração e do transporte dos andores. Em tempos esta função era atribuída às famílias mais importantes da vila, designadas por Aias de Nossa Senhora da Boa Viagem, tendo cada família um andor à sua responsabilidade. Na decoração de cada andor eram elaborados belos arranjos florais e o transporte dos mesmos era efectuado por empregados pagos pelas famílias para o efeito. A salva de foguetes e o tocar do sino assinalam a hora de saída da procissão, cujo cortejo é aberto por um guarda da G.N.R. a cavalo, seguido da banda, o Guião e os andores precedidos de crianças vestidas de anjos. Segue-se o pároco sob o pálio e os devotos que acompanham o cortejo. A procissão segue pelas ruas da vila da Moita antes de chegar ao cais, onde é dada a bênção às embarcações engalanadas, assinalada por uma grande salva de morteiros lançada dos barcos. Os romeiros, durante o percurso colocam dinheiro no andor, como forma de pagamento das suas promessas. A procissão regressa à igreja já pela noite e até à Quinta-feira seguinte as celebrações religiosas continuam com a realização de uma missa diária em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.

        Na Segunda-Feira inicia-se o grande momento da Festa Brava. Durante as celebrações de Nossa Senhora da Boa Viagem, a Festa Brava apresenta-se sob a forma das largadas de touros, diurnas e nocturnas, na avenida principal da vila, e através da maior Feira Taurina do país, onde se realizam várias corridas de touros, em dias consecutivos, na Praça Daniel do Nascimento, tendo no cartaz grandes figuras do toureio português e mundial. Dirigem-se forasteiros de todas as redondezas para a Moita a fim de participar nas largadas, juntando-se à volta da arena onde os touros são largados. A largada de cada touro é assinalada por um foguete, sendo o total de quatro touros. Este momento tem a duração de duas horas, sendo uma exibição de virilidade, ganhando a admiração do povo quem se arrisca a enfrentar o touro. Durante a festa, comer bifanas, entremeadas ou couratos no pão, torna-se um ritual gastronómico. As tardes incluem outros eventos gastronómicos, como a “Tarde do Fogareiro”, que transforma a avenida principal num grande restaurante, onde os participantes, amigos e famílias petiscam e convivem, enquanto a charanga “Huga-Guga do Rosário” costuma animar “o mais famoso almoço” dos festejos populares do país.

        À noite, juntamente com as corridas de touros, chegam os concertos, os espectáculos e os bailes que animam a vida nocturna. No último dia da festa (Domingo) assiste-se a um espectáculo de fogo-de-artifício, que encerra as festividades. Durante os dias festivos, também se pode assistir a outros eventos, como festivais de folclore, provas desportivas, concursos dos barcos melhor engalanados, regatas de barcos no Tejo, e alguns torneios.

Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem

Moita

© 2017, por Ana Carolina Macedo

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