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Data e Local
Realiza-se no segundo ou terceiro fim-de-semana do mês de Julho, em Troino
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Duração
3 dias
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Homenagem/Culto
Culto Mariano
Nossa Senhora da Arrábida
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Celebrações / Componentes da Festa
Romaria
Arraial
Procissão
Animação, bandas musicais
Divertimentos
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Sobre a Festa
A festa dedicada a Nossa Senhora da Arrábida realiza-se no segundo ou terceiro fim-de-semana do mês de Julho, em Troino, tendo a duração de três dias. O culto a Nossa Senhora da Arrábida tem origem numa lenda, que conta que, no início do reinado de D. Afonso II (1211 – 1223), cerca do ano de 1215, uma nau vinda de Inglaterra com destino a Lisboa, ao anoitecer apanhou uma grande tempestade, perto da costa. A cada momento, o medo de tocar num baixio ou despenhar-se contra a costa aumentava, pois não conheciam bem e a escuridão não permitia reconhecer o local.
Hildebrandt, mercador que vinha numa nau, trazia consigo uma imagem de Nossa Senhora, pela qual tinha especial devoção, para o proteger dos grandes perigos nas suas viagens. Durante uma tempestade, não a encontrando no seu camarote, em aflição, ele e os seus companheiros começaram a orar, pedindo ajuda ao Senhor e à Sua Santíssima Mãe. Surgiu então uma grande luz no alto, que naquela noite de tempestade lhes iluminou a nau, em seguida os mares sossegaram, as ondas abrandaram e os ventos acalmaram, deixando a embarcação numa tranquila bonança. Como estavam perto da costa, lançaram a âncora e aí ficaram até ao amanhecer do dia, dando graças a Deus por tê-los livrado daquele grande perigo.
Na manhã seguinte, subiram ao lugar onde tinham visto a luz, e descobriram a Imagem da Rainha dos Anjos que o mercador trazia no seu camarote e havia desaparecido durante a tempestade. Ficaram admirados com tal maravilha e, agradecidos à Senhora pelo benefício, deram graças a Deus e à sua Mãe Santíssima. Por ali ter sido encontrada, fez com que decidissem que a imagem deveria ser venerada naquele local. Hildebrandt tornou-se o eremita, permanecendo naquele lugar com alguns companheiros, onde foi edificada uma ermida. Mais tarde ergueu-se um Convento da Ordem de Santo Agostinho. Este lugar tornou-se um centro de peregrinação, com romarias provenientes de diversos lugares.
Frei Martinho de Santa Maria procurava um lugar isolado, onde pudesse dedicar-se a Deus. Foi-lhe então sugerida a Serra da Arrábida, tendo lhe sido entregue em 1539, a ermida fundada por Hildebrandt, onde se encontrava a imagem de Nossa Senhora dos Anjos da Arrábida. O religioso franciscano ficou lá sozinho, numa vida de penitência, guardando a imagem de Nossa Senhora.
Noutros tempos a festa tinha a duração de três a seis dias, sendo os grandes dias da romaria a Sexta-feira, o Sábado e o Domingo. Por tradição era na Sexta-feira que se dava início à animação da festa, em que as bandas musicais percorriam as ruas da região. A partida de barco era no Sábado, com destino ao Convento através do Portinho da Arrábida, onde havia baile toda noite. No domingo os romeiros concentravam-se no Convento para assistir às cerimónias religiosas. Segunda-feira era dia de arraial na praia e regressava-se a Setúbal em cortejo marítimo.
Actualmente, quem organiza as festas é uma comissão de laicos que colaboram com a igreja. Até inícios dos anos noventa, os festeiros transportavam a imagem da Igreja da Anunciada por terra, depois de obterem licença do Duque de Palmela para pernoitarem no convento e aí depositarem a imagem durante três dias e realizarem o arraial e a procissão no Domingo, dentro do recinto do convento. Hoje, o mesmo edifício tornou-se num centro de conferências, realizando-se a festa apenas no Domingo, composta por procissão, de modo a obedecer à tradição. No Largo da Palmeira, localizado no Bairro de Tróino, em Setúbal, realizam-se durante três dias espectáculos e divertimentos alusivos à festa, substituindo aqueles que se faziam durante três dias no espaço do convento.