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  • Data e Local

        Realiza-se durante os três dias do último fim-de-semana de Setembro, no Cabo Espichel

  • Duração

        3 dias

  • Homenagem/Culto

        Culto Mariano

        Nossa Senhora do Cabo

  • Celebrações / Componentes da Festa

        Círio dos Pescadores de Sesimbra

        Missa, seguindo-se da procissão

        Jogos tradicionais, baile com conjuntos musicais, feirantes que vendem artesanato, petiscos, pão com chouriço

        Feira

  • Sobre a Festa

        Em Sesimbra, o Círio dos Pescadores, romaria de culto mariano, realiza-se durante os três dias do último fim-de-semana de Setembro, no Cabo Espichel. O Cabo Espichel comporta dois espaços de culto: o Santuário, onde se encontra a imagem de Nossa Senhora, e a Ermida da Memória, cujo interior é revestido de painéis de azulejo que descrevem a lenda da aparição da imagem e a edificação do templo actual.

        A lenda conta que, no ano de 1410, um saloio de Alcabideche (aldeia na Serra de Sintra) observou sobre o Cabo Espichel, uma estrela muito brilhante. Nossa Senhora, durante um sonho, tivera revelado este lugar e avisou-o que existia uma imagem numa lapa. Pediu-lhe para que os crentes lhe prestassem culto. Foi então que se pôs a caminho do Cabo Espichel, num Sábado ao amanhecer, conduzido pela mensagem de Nossa Senhora. Como o caminho era longo, foi na Caparica que pediu a uma mulher permissão para pernoitar na sua casa, acabando por lhe contar o sonho que tivera. A mulher, muito impressionada e sendo muito crente a Deus, decidiu partir antes dele, em busca da imagem. Quando ele acordou, não viu a mulher que lhe tivera prometido ajudá-lo nos difíceis atalhos do seu caminho. Contudo, o homem partiu, em busca da sua ambição. Quando chegou, a mulher lá estava, prostrada em adoração à imagem da Virgem, igual à que vira no seu sonho.

        Após as suas orações, ambos decidiram construir uma ermidinha de alecrim, erva abundante no local. De modo a conservar melhor a recordação do milagre, foi construída uma ermida em alvenaria. A notícia espalhou-se pelas gentes da Caparica e de Alcabideche e dos termos de Lisboa, que logo se deslocaram em peregrinação.

        Em 1672 foi instituída a Confraria de Nossa Senhora do Cabo, que se comprometeu que a organização da festa pressupunha o giro, ou seja, a rotação da imagem por algumas freguesias. Existiam duas imagens de Nossa Senhora do Cabo, uma permanecia sempre no Santuário, e a outra, uma cópia fiel, fazia o giro das freguesias.

        Na Península de Setúbal, são as localidades de Sesimbra, Palmela e Azóia que têm Círios, dedicados a Nossa Senhora do Cabo. Realizam-se entre os meses de Abril e Novembro, sendo os três círios mais significativos o Círio da Azóia, que se realiza no terceiro Domingo a seguir à Páscoa, o Círio de Palmela que se realiza anualmente dia 15 de Agosto, e o Círio de Sesimbra que se efectua no último fim-de-semana de Setembro.

        O Círio dos Pescadores de Sesimbra data de 1430, tem cerca de dois séculos. Ao contrário dos outros círios, este é organizado por um grupo profissional específico, sendo a comissão composta maioritariamente por pescadores.

        Antigamente, durante os dias festivos, os romeiros mudavam-se para o Santuário, ocupando as casas que, até há cerca de vinte anos, estavam para isso destinadas. Os primeiros dias da festa têm carácter profano, com jogos, bailes e arraial. No Domingo as celebrações são religiosas, e é dedicado ao pagamento das promessas. A primeira cerimónia religiosa é a missa, seguindo-se da procissão.

        O cortejo é aberto por dois escuteiros, seguindo-se os juízes da festa, como a Cruz de Cristo, duas lanternas e com a única bandeira da procissão. Atrás vem o pároco, seguido do andor, com a imagem da Senhora do Cabo, transportada apenas por homens. A imagem de Nossa Senhora, apresenta-se com o Menino no braço esquerdo, a cingi-lo ao peito, com a mão e o braço direito no gesto de segurar o manto, tendo sido trasladada para o santuário, em 1707.

A banda que segue o andor vai marcando o ritmo. Romeiros e convidados fecham o cortejo. No trajecto da procissão, passam pela ermida, onde apareceu a imagem, segundo a lenda. É aí que cantam um hino ao Oceano e rezam uma Ave-Maria.

        Os festejos profanos começam no sábado, em que se realizam jogos tradicionais, baile com conjuntos musicais, feirantes que vendem artesanato, petiscos, pão com chouriço, entre outros. No Domingo ao final da tarde, sucede-se o leilão das bandeiras, que durante o ano ficarão na casa de quem mais alto as licitou, entregando-as no ano seguinte para novo leilão.

Festa em Honra de Nossa Senhora do Cabo

Sesimbra

© 2017, por Ana Carolina Macedo

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